Elo Primitivo

sábado, fevereiro 26, 2005

Sob o foco de:


"A fotografia expõe muito mais o observador, aquele que detém a máquina, do que propriamente o observado. O tema, a estética, a estrutura do trabalho denunciam a alma do fotógrafo. " .Marcelo Greco
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"A verdade se propaga através de nossos olhos, pois o que enxergamos é só uma parte daquilo que nossa percepção do momento permite." Vitor Amati
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"Sabemos onde queremos chegar, mas o importante é como estamos chegando por meio de todos os nossos sentidos e sentimentos. Depois, além dessa intuição amorosa existe um gosto especial pela repetição em seqüência, na qual a diferença entre uma foto e outra é mínima, porém bastante para produzir no observador uma suave mudança. Procuro, com isso, provocar-lhe uma intensificação progressiva da emoção estética" Claudia Andujar, 1971

Coerência

O melhor do mau humor, Rui Castro

1) ser coerente significa ser tão ignorante hoje quanto um ano atrás.
Bernard Berenson
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2) A coerência é o último refúgio dos sem imaginação.
Oscar Wild

sexta-feira, fevereiro 25, 2005

Sentidos


Edmund Burke
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Pesquisa sobre a origem de nossas idéias do Sublime e do Belo, I, 10, 1756.
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"Por isso o objeto desta paixão complexa que denominamos amor é a Beleza do sexo. Os homens são atraídos pelo sexo em geral, como tal, com base na lei comum da natureza, mas são atraídos para indivíduos particulares por sua beleza pessoal. Chamo a Beleza de qualidade social, pois quando certos homens e mulheres, e não apenas eles, mas também outros animais, nos dão a sensação de alegria e de prazer ao olhá-los (e existem muitos capaz de fazê-lo), nos inspiram sentimentos de ternura e de afeto para com as suas pessoas, nos agrada tê-los por perto e entramos de bom grado em relação com eles, a menos que tenhamos fortes razões para não fazê-lo."
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Yasunari Kawabata

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Não me pergunte mais
nada do passado.
São infinitos os modos como os tesouros caem do céu.

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quarta-feira, fevereiro 23, 2005

Fotos e Postais

O Museu de Boston possui um link interessantíssimo com cartões postais japoneses produzidos entre 1900 e 1940. São lindos e dá para imprimir.
Aos amigos que estão me pedindo mais fotos do Ceará uma novidade: criei um álbum de fotos na net, quem estiver a fim de ver é só me mandar um e-mail e eu dou endereço e senha para livre acesso. sabine@ar.microlink.com.br

terça-feira, fevereiro 22, 2005

Inquietações sobre leitura

qua 23 a sab 26 fev
O Itaú Cultural, com o apoio da Unesco, reúne escritores, pesquisadores, promotores e agentes para provocar ou responder a inquietações sobre a leitura, assunto tão fundamental quanto polêmico. Será o brasileiro um povo leitor? O que lêem os consumidores de livros, revistas e jornais e qual o impacto dessas leituras para seu desenvolvimento pessoal, para a economia e a cultura? O que se faz para estimular a leitura dentro e fora das escolas? Com curadoria do antropólogo Felipe Lindoso e do jornalista Jorge Vasconcellos, o seminário internacional Leitura de Inquietações (sobre a Leitura) contribui com a programação do VIVALEITURA - Ano Ibero-Americano da Leitura e amplia o espaço aberto ao tema por meio do programa Rumos Itaú Cultural Literatura. Texto completo.

segunda-feira, fevereiro 21, 2005

Folha de S. Paulo - 19/2/2005 - por Cassiano Elek Machado
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Paul Auster é um sujeito que cata a poesia que entornam no chão. Seus nove romances e o outro punhado de livros que publicou sempre nascem das histórias fortuitas que apanha nas ruas ao acaso. Não por acaso, é ele, o acaso, um tema central em sua obra. Em 1999, este colecionador de imprevistos particulares resolveu mergulhar no fortuito das vidas alheias. Atendendo a convite da NPR, a rádio pública norte-americana, organizou um programa mensal no qual convocava ouvintes de todos os Estados americanos a enviarem relatos de histórias que haviam vivenciado. O escritor norte-americano de 58 anos viu-se rapidamente às voltas com uma avalanche (chega de "tsunamis", por favor) de relatos de todas as espécies. Todos os dias, por volta do meio-dia, pegava um ramalhete de histórias em uma caixa postal alugada para o projeto e fazia dos relatos seus companheiros de almoço. Almoçou durante quase dois anos com mais de 5.000 estranhos, de todas as profissões, Estados e idades. No seu escritório, ele conta que organizou três cestas, com as inscrições "definitivamente boas", "quem sabe" e "não". Estas "definitivamente boas" foram lidas nas rádios americanas e depois agrupadas em um livro. Achei que Meu Pai Fosse Deus (400 pp., R$ 49), título de uma das histórias que recebeu, é o nome deste volume, que a Companhia das Letras lança na próxima semana no Brasil.

domingo, fevereiro 20, 2005

Fala tu

Posted by Hello

Depois de excelentes realizações em documentários, por exemplo, Paulinho da Viola - Meu Tempo é agora, Nelson Freire e Janelas da Alma o cinema brasileiro surpreende novamente.
Confesso que quando assisti ao trailer de Fala tu no cinema, pensei se tratar de mais um filme explorando o modismo dos economicamente desfavorecidos. Mas não. Conferi ontem à noite no canal Brasil, net.
A definição do personagem Macarrão sobre seu estilo de fazer rap "Crônica do cotidiano" defini o resultado final do filme que não descambou para o apelativo dramalhão.
Realizado pelos estreantes Guilherme Coelho e Nathaniel Leclery, tem como cenário a zona Norte do Rio de Janeiro e como fio condutor a paixão pelo rap. Mas, muito além do enfoque dado às aspirações profissionais, o que se vê na tela é vida, pessoas com suas complexidades existenciais captadas sem rotulação. A sensação é a de que entramos na casa daquelas pessoas e participamos de seus dramas, desejos, esperanças, utopias etc. Vale a pena conferir.

sábado, fevereiro 19, 2005

A morte e a Beleza

Posted by Hello


A Morte e a Beleza são coisas profundas
que contém tanto azul e tanto negro,
que parecem irmãs terríveis e fecundas
com o mesmo enigma e igual mistério.
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Victor Hugo, Ave Dea, 1888

sexta-feira, fevereiro 18, 2005

Cartola

A indicação é do Marcelo. Amanhã, lançamento do livro da Monica Ramalho sobre o mestre Cartola a partir das 18h, na livraria Largo das Letras, em Santa Teresa.
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"Em cada amor tu herdarás só o cinismo. Quando notares que estás à beira do abismo. Abismo que cavastes com teus pés." Cartola

quinta-feira, fevereiro 17, 2005

Retirantes - Portinari Posted by Hello

Fábula de Leonardo Da Vince

"Se bem que, não sendo eu um literato, alguém poderá acusar-me, com razão, de não ser um homem de letras."(Atl. 119 v.a.)
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A Borboleta e a Chama


Uma borboleta multicor estava voando na escuridão da noite quando viu, ao longe, uma luz. Imediatamente voou naquela direção e ao se aproximar da chama pôs-se a rodeá-la, olhando-a maravilhada. Como era bonita! Não satisfeita em admirá-la, a borboleta resolveu fazer o mesmo que fazia com as flores perfumadas. Afastou-se e em seguida voou em direção à chama e passou rente a ela. Viu-se subitamente caída, estonteada pela luz e muito surpresa por verificar que as pontas de suas asas estavam chamuscadas. - Que aconteceu comigo? - pensou ela. Mas não conseguiu entender. Era impossível crer que uma coisa tão bonita quanto a chama pudesse causar-lhe algum mal. E assim, depois de juntar um pouco de forças, sacudiu as asas e levantou vôo novamente. Rodou em círculo e mais uma vez dirigiu-se para a chama, pretendendo pousar sobre ela. E imediatamente caiu, queimada, no óleo que alimentava a brilhante e pequenina chama. - Maldita luz - murmurou a borboleta agonizante - pensei que ia encontrar em você a felicidade e em vez disso encontrei a morte. Arrependo-me desse tolo desejo, pois compreendi, tarde demais, para minha infelicidade, o quanto você é perigosa. - Pobre borboleta - respondeu a chama - eu não sou o Sol, como você tolamente pensou. Sou apenas uma luz. E aqueles que não conseguem aproximar-se de mim com cautela são queimados.
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Moral da Estória: Esta fábula é dedicada àqueles que, como a borboleta, são atraídos pelos prazeres mundanos, ignorando a verdade. Então, quando percebem o que perderam, já é tarde demais.
Leonardo da Vinci

terça-feira, fevereiro 15, 2005

Concursos

Estão abertas as inscrições para:
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Terceira EDIÇÃO DO PRÊMIO CASA DE CULTURA MARIO QUINTANA. em literatura juvenil. Inscrições abertas até 30 de abril.
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O poeta paulista Augusto de Campos, um dos criadores da Poesia Concreta, é o vencedor da primeira edição do Prêmio Literário Fundação Biblioteca Nacional, no valor de R$ 80 mil. Seu livro Não foi escolhido o melhor lançamento de autor brasileiro de 2003. A cerimônia de entrega do prêmio será no próximo dia 23, às 18h30, na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro.
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O romancista português Antonio Lobo Antunes receberá, na quarta-feira, o prêmio Jerusalém de Literatura durante a Feira Internacional do Livro, que começou domingo.

"Quase todos os meus personagens são como quebra-cabeças armados com peças de muitas pessoas diferentes e, é claro, com peças de mim mesmo."
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Gabriel Gacía Márquez

domingo, fevereiro 13, 2005

"Vou jogar todas as minhas idéias fora."
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Frase do Gabriel na sabedoria dos seus seis anos.

domingo, fevereiro 06, 2005

Contradições na folia

O bloco de carnaval despontou na esquina, ela se debruçava na janela. Bumbo, tambor, chocalho queria cair na folia. Ajeitou os cabelos, trocou o vestido, perfumou-se, as pulseiras tilintando no ritmo do samba. Sandálias de dedo calçando as mãos pra não se fazer notar. Sentou no beiral e algo a impediu de pular. Subitamente, a realidade não lhe inspirou. E o eco do samba continuava ressoando em seus ouvidos.

sexta-feira, fevereiro 04, 2005

Das maravilhas do mar, fez-se o esplendor de uma noite

Relembrando o samba da Portela - 1981:
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Compositores: David Correa e Jorge Macedo
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Deixa me encantar
Com tudo teu e revelar
O que vai acontecer
Nesta noite de esplendor
O mar subiu na linha do horizonte
Desaguando como fonte
Ao vento a ilusão teceu
O mar
Por onde andei mareou, mareou
Rolou na dança das ondas
No verso do cantador
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Dança quem tá na roda
Roda de brincar
Prosa na boca do vento
E vem marear
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Eis o cortejo irreal
Com as maravilhas do mar
Fazendo o meu carnaval
É a brisa a brincar
A luz raiou pra clarear a poesia
Num sentimento que desperta na folia
Amor sorria
Um novo dia despertou
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E lá vou eu Pela imensidão do mar
Essa onda que borda a avenida de espuma
Me arrasta a sambar

quinta-feira, fevereiro 03, 2005

Pós-graduação

A Faculdade de Letras da UFRJ vai oferecer um curso gratuito de pós-graduação lato sensu, a partir de 8 de março. O tema da especialização é "Caminhos e leituras da literatura infantil e juvenil", sob coordenação da professora Leonor Werneck dos Santos. As inscrições vão de 21 a 25 de fevereiro. Mais informações pelo email literinfantil@yahoo.com.br.

quarta-feira, fevereiro 02, 2005

Fotos

De Jeri.

Jeri

Viajar é descobrir o novo. Novos cheiros, novas visões, sabores novos, brisa em ritmo novo, paisagens, pessoas, sotaques, mapas, culturas, jeitos, trejeitos. É experimentar-se com intensidade de sentidos hoje, agora, já. Prestar atenção aos sons imperceptíveis, ao ritmo das marés, à temperatura do mar que massageia a pele. O depois não existe, o depois não dá tempo.
Elegi alguns lugares como santuários pessoais, no Brasil: Praia do Rosa, Santa Catarina; Morro de São Paulo, Bahia; Caraiva, Bahia; Pipa, Rio Grande do Norte; Canoa Quebrada, Ceará.
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Mas nenhum desses lugares se compara ao encantamento exercido por Jericoacoara.
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Um poema em forma de cidade, construída sob a areia da praia, lagoas de água doce em meio às dunas num azul cristalino, praias desertas, esculturas em pedras talhadas pelo vento, areia branca, milhares de conchas, estrelas do mar ao alcance das mãos em cada mergulho, redes à beira d'água, sem iluminação nas três únicas ruas, bares sob árvores com lamparinas penduradas ao som de Janis Joplin, BB King e cia, roda de capoeira à tardinha na praia, pôr-do-sol visto da duna, peixe, camarão, lagosta, carne de sol, macaxeira, água de coco, caipirinha, marés em movimento formando piscinas naturais. Tudo isso e muito mais não é nada comparado ao astral, alto, altíssimo, para além da lua cheia e do céu absurdamente estrelado que ilumina e fascina quem tem o privilégio de provar Jeri.
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Existe um lugar. O lugar! O meu lugar...