Palácio de Cristal
Cortinas brancas de voal não bloqueiam a luz, distorcem paisagens. Forçam-me a ver o que não desejo. O barulho dos carros incomoda, tudo se movimenta. Meu sangue vagueia entre órgãos sem que eu permita. Esse tique-taque me irrita.
Sinto as gotas do lustre de cristal sobre a cabeça. Produzem sinestesia quando o vidro requintado se esborracha na cerâmica fria. Gotas dançam pelo salão, brindam à vida. Essa imponência serve pra quê? De que adiantam palácios de vidro? Minha estrutura não é metálica, ela pulsa. Basta um corte, um talho na veia certa, desmorono.
Os cristais quicam no chão feito bola de gude. Deslizam à grama. Meninos de rua aproximam-se encantados com o brilho do brinquedo. Antes de partir, com o machado na mão, escrevo no livro de presença: “Liberdade!”
Sinto as gotas do lustre de cristal sobre a cabeça. Produzem sinestesia quando o vidro requintado se esborracha na cerâmica fria. Gotas dançam pelo salão, brindam à vida. Essa imponência serve pra quê? De que adiantam palácios de vidro? Minha estrutura não é metálica, ela pulsa. Basta um corte, um talho na veia certa, desmorono.
Os cristais quicam no chão feito bola de gude. Deslizam à grama. Meninos de rua aproximam-se encantados com o brilho do brinquedo. Antes de partir, com o machado na mão, escrevo no livro de presença: “Liberdade!”