Ave do desejo
Sexta-feira, seis e meia da tarde. Clara pára de pedalar bem no meio da Lagoa Rodrigo de Freitas. O leve balanço da água gira o pedalinho. Ela abre o livro, lê “A canção de amor de J. Alfred Prufrock" pela décima vez, sempre se emociona, pula páginas, vai para “O enterro dos mortos”. Pequenos peixes saltam ao ar, Clara sorri, adora surpresas.
Admira a beleza do Rio de outro ângulo, o mundo parece seguro dali e seus segredos bem guardados. A lancha atrapalha a aparente harmonia, faz ondas. O cara do esqui leva um tombo e o pedalinho enfrenta turbulências. Um pássaro solitário pousa ao seu lado. Quer companhia. Fecha o livro de T.S.Eliot em câmera lenta, com medo da ave se assustar. Examinam-se minuciosamente.
Um bando se aproxima, o pássaro vai ao encontro dele. Voam em círculos. Delatam Clara ao universo, cantando: “quero-quero! quero-quero! quero-quero! quero-quero!”
Admira a beleza do Rio de outro ângulo, o mundo parece seguro dali e seus segredos bem guardados. A lancha atrapalha a aparente harmonia, faz ondas. O cara do esqui leva um tombo e o pedalinho enfrenta turbulências. Um pássaro solitário pousa ao seu lado. Quer companhia. Fecha o livro de T.S.Eliot em câmera lenta, com medo da ave se assustar. Examinam-se minuciosamente.
Um bando se aproxima, o pássaro vai ao encontro dele. Voam em círculos. Delatam Clara ao universo, cantando: “quero-quero! quero-quero! quero-quero! quero-quero!”