Elo Primitivo

quinta-feira, maio 13, 2004

Auguste Rodin*

“Uma mão que pousa no ombro ou na coxa de outra pessoa já não mais faz parte integralmente do corpo a que pertencia: dela e do objeto que ela toca ou agarra nasce algo novo, algo a mais, que não possui nome e não pertence a ninguém;”
“Quanto mais pontos de contato existiam entre dois corpos, quanto mais impacientemente se lançavam uns contra os outros, como substâncias químicas de grande afinidade, tanto mais firme e orgânica era a consistência da nova configuração que formavam”.
“Aqui pulsava a vida, existia mil vezes em cada minuto, existia na saudade e na dor, na loucura e no medo, na perda e no ganho. Aqui havia um anseio incomensurável, uma sede tão grande que todas as águas do mundo nela secavam como uma gota, aqui não havia mentira nem renegação, e os gestos do dar e do receber eram autênticos e grandes”.

“...E são sempre as leis inexprimíveis que regem nossas vidas...”

* Rainer Maria Rilke, tradução de Marion Fleisher, ed. Nova Alexandria.