Elo Primitivo

quinta-feira, maio 27, 2004

Corpo Presente

Livros, DVDs, apostilas, jornais, revistas esperam sua vez. Tantos são, pouca sou. Nesse frio, só tenho vontade de ficar em baixo do edredom, fechar os olhos e viajar.

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Sábado retrasado, passei o dia devorando Corpo Presente de João Paulo Cuenca. À noite, no Fiorentina, entre um chope e outro não resisti e quebrei a promessa de só dar minha opinião numa resenha oficial. Instigante, transgressor, sugestivo, emocionante, enfim: Literatura.
Ele me surpreendeu, especialmente, pela profundidade de sua escrita, mas também pela generosidade como pessoa. Gente fina, um dos grandes nomes da Literatura contemporânea. Eu recomendo!

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João, a resenha sai, um dia sai. Enquanto isso, transcrevo algumas_ das tantas_ frases que grifei:

“Mas Alberto nunca vai apagar nada porque as lembranças simplesmente não se apagam, acumulam-se.”

“Está tão perdida quanto eu. Um abraço e me esforço pra tentar entender o que estou fazendo. Não consigo. Talvez consiga depois de ver o filme pronto e montado.”

“Por muito tempo a minha mente retilínea quis entender, e perdi momentos com perguntas, um grande erro.”

“Carmem entrou na categoria de acontecimentos eternos. Define coisas em mim. Sempre se repete, cada vez que se lembra, cada vez mais doce, talvez um pouco menos intensa, mas nunca distante. É uma linha paralela ao real, ao cotidiano.”

“Perdido entre uma vontade enorme de abraçar todas vocês e um enorme medo de perder tudo isso que eu quase tenho.”

“Você percebe que a única categoria de infidelidade realmente existente é a autocometida?”