Elo Primitivo

quinta-feira, outubro 07, 2004

Prêmio Nobel de Literatura

Fonte: PublishNews - 7/10/2004 - por Carlo Carrenho
"Por seu fluir musical de vozes e contra-vozes em romances e peças de teatro que com extraordinário cuidado linguístico revelam o absurdo dos clichês e da força subjugadora da sociedade." Foi assim que a Academia Sueca justificou hoje a escolha da austríaca Elfriede Jelinek como a décima mulher a ganhar o Prêmio Nobel de Literatura. Nascida no dia 20 de outubro de 1946 na cidade austríaca de Mürzzuschlag, Elfriede cresceu e estudou em Viena. Desde pequena estudou piano e órgão, chegando a estudar composição no Conservatório de Viena. Mais tarde, estudaria Teatro e História na Universidade de Viena sem jamais abandonar seus estudos de música. Elfriede Jelinek começou a ! escrever poesia ainda jovem e estreou na literatura com a coleção Lisas Schatten em 1967. Através do contato com o movimento estudantil, sua produção literária tomou uma direção de crítica social. Em 1970 surgiria seu romance satírico Wir sind lockvögel baby!. Assim como Michael: Ein Jugendbuch für die Infantilgesellschaft, romance que seria publicado no ano seguinte, a obra de 1970 tinha um caráter de rebelião linguística e abordava a cultura popular e a apresentação mentirosa de uma boa vida. Depois de passar alguns anos em Berlim e Roma, na década de 1970, Jelinek casou-se com Gottfried Hüngsberg e passou a dividr seu tempo entre Viena e Munique. Ela conquistou o público de língua alemã com seus romances Die Liebhaberinnen (1975), Die Ausgesperrten (1980), e o livro autobiográfico Die Klavierspielerin (1983), que, em 2001, foi transformado no aclamado filme A professora de Piano (La pianiste, 2001) do diretor austríaco Michael Ha! nekefilm. A escritora austríaca nunca foi publicada no Brasil. Há, no entanto, edições portuguesas de A Pianista (Edições Asa, 338 pp., 14,86 euros) e de Lust (Editorial Estampa, 13,20 euros). Ambas as obras estão esgotadas em Portugal, mas as casas lusitanas correm agora para reimprimi-las. A Editorial Estampa promete uma reedição de Lust já para a próxima semana. Elfried Jelinek, sempre é bom lembrar, leva para casa um cheque no valor de US$ 1,3 milhão. "