Elo Primitivo

terça-feira, janeiro 18, 2005

Sexus

Enquanto leio Sexus, Henry Miller parece que só o encontro pela frente - matéria no Prosa e Verso, blogs dos amigos etc.
Bom, lá vai um (?) dos tantos grifos.
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" Ela estar ali, em carne e osso, falando comigo, olhando para mim, era um acontecimento que eu ainda não tinha absorvido por completo."
" Afundei no banco, atarantado por sua presença. Não fiz qualquer tentativa de beijá-la, nem mesmo de pegar sua mão. Ela tinha vindo - era o mais importante. Era tudo."
"Não fiquei sabendo de nada mais sobre ela, acerca de sua vida real, do que já sabia antes, não porque ela tenha feito segredo, mas porque aquele momento já era pleno demais, e nem passado nem futuro pareciam importar."
"Era possível que em tão pouco tempo o mundo tivesse assumido matizes tão diferentes?"
"Me sentia tão febrilmente inspirado."
"Fiz-me perguntas inúteis, formulei problemas inexistentes, fiz planos para o futuro que jamais se poderiam materializar, pus tudo em dúvida, inclusive minha própria existência."
"Não se voltou a mencionar o assunto. Mas ele estava presente o tempo todo."
"O processo de traçar palavras no papel equivale a administra-se um narcótico."
"Ninguém jamais escreve o que pretendia dizer: a criação original, que está correndo o tempo todo, quer a pessoa escreva ou não, pertence ao fluxo primal: não tem dimensões nem forma, nem obedece ao tempo."
"A arte não é um número solo; é uma sinfonia no escuro, com milhões de participantes e milhões de ouvintes. Saborear um belo pensamento não é nada diante da alegria de dar-lhe expressão - uma expressão permanente. Na verdade é quase totalmente impossível deixar de dar expressão a uma grande idéia. Somos apenas instrumentos de um poder maior."
"Os planetas nunca sofrem de dor de ouvido; são imunes, embora tragam em si dores e sofrimentos indizíveis."
"A alegria é uma espécie de hemorragia extasiante, um tipo de supercontentamento insuportável que transborda por cada poro de seu corpo. Não é possível deixar os outros alegres com sua alegria. A alegria precisa ser gerada pela própria pessoa: ou bem existe ou bem não existe. A alegria baseia-se em algo profundo demais para ser compreendido e comunicado. Estar alegre é ser um louco num mundo de fantasmas tristonhos."