Elo Primitivo

domingo, maio 01, 2005

O Jogo da Amarelinha

Sim, mas quem nos curará do fogo surdo, do fogo sem cor que corre ao anoitecer, pela rue de la Huchette, saindo dos portais carcomidos, dos pequenos vestíbulos, do fogo sem imagem que lambe as pedras e ataca os vãos das portas, como faremos para nos lavar da sua queimadura doce que persiste, que insiste em durar, aliada ao tempo e à recordação, às substâncias pegajosas que nos retêm deste lado, e que nos queimará docemente até calcinar?
.
Julio Cortázar, pg. 442: Civilização Brasileira