Elo Primitivo

terça-feira, novembro 29, 2005

Calçada do Centre Pompidou, Paris



Seria super ser lápis.
Dentro do lápis cabe o mundo inteiro.
Basta escrever: mundo.
Ou tirar o mundo de palavras
que o lápis tem por dentro.
O mar de histórias, a montanha de desenhos.
O lápis, quanto mais lápis for, menos lápis fica.
Tem gente que sente pena de apontar o lápis.
Mas o lápis adora.
Se ninguém aponta, fica desapontado.
Canetas vêm, canetas vão.
Computadores mudam o tempo todo.
Só o lápis vai ficar para sempre.

Coisas que eu queria ser, Arthur Nestrovski, ed. Cosac & Naify