Amazônia, foto: Sabine Marins

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Ainda não havia se decidido. A indecisão, por si só, era uma forma de decisão. A todo custo protelava o aniversário de 21 anos. Negociava com o calendário, contando fases da lua ao invés de dias. Desenhava o futuro nas constelações e, assim, esquecia-se de tijolos, concreto etc e tal.
Esperava. Exatamente o que, eu não sabia. Confesso que me instigava essa espera prolongada, anunciada pelo olhar de quem está a quilômetros de onde sempre esteve. Parece que só eu percebia a despedida.
Que outras vidas o esperavam da porta de casa pra fora? Quem estará a espreita nos pensamentos de hoje, ontem, amanhã? Está de partida, eu sei. Não me pergunte o porquê, como, onde; certos detalhes não interessam. Quero saber dos caminhos. Alguma coisa nele me... não sei bem o quê. Vontade de dizer: eu entendo _ mas entendo o quê? Observo, sinto exatamente o não saber tomar conta de mim e aceito sem conflitos. Talvez seja isso, a distância, a partida, o exercício de recomposição_ talvez. Não havia se decidido, ainda.