Um museu:
Um???! Os imperdíveis, em Paris: Rodin, *Orsay*, Centre Pompidou, Picasso, Louvre. Em Barcelona: Miró e Palau de la música Catalana. Em Madrid: Prado, Reina Sofia,Thyssen-Bornemisza.
Uma Igreja:
Nôtre-Dame é grandiosa, linda mas Saint-Chapelle tem um encanto luminoso quase musical, intimista, foi a igreja de Paris, assim como Santa Maria della Vittória em Roma, pequena, discreta, pouco visitada por turistas. Perto do altar, no canto esquerdo, dentro de um arco o Êxtase de Santa Teresa, de Bernini... passei duas horas lá. O Duomo em Milão é grandioso e impactante, andar pelos telhados ao lado das torres góticas é uma experiência quase divina.
O Lugar:
Difícil escolher um lugar. A região da Toscana_ as cidades medievais da Itália. A língua, os gestos, a expressividade do povo, alegria, a história e principalmente as cores da Itália. As cores da terra em nuances do ocre ao terracota, as cores das paredes debotadas, das folhas em degradês, os cinzas dos dias de chuva, a fuligem, tudo. Não tive vontade de entrar em museus na Itália, com exceção da Galleria dell Accademia em Florença para ver o Davi, porque andar pelas cidades sentindo, olhando tudo me pareceu muito mais interessante. O centro histórico de Roma, Siena, San Gimignano, Florença, Verona e, no topo de uma colina cercada por muralhas, Monteriggioni. A cidade construída em 1203 que inspirou Dante numa das passagens do Inferno "a cidade arredondada coroada por torres". Dante ficou impressionado com a beleza do lugar, eu fiquei emocionada e não tive vontade de ir embora, queria cancelar a Espanha e Portugal e ficar ali o máximo possível, mas no fim prevaleceu o bom(?) senso. Veneza sobre o mar Adriático verde leitoso é tão linda que me deu vontade de cantar, dançar, rodar (o que fiz na praça San Marco rodeada de pombos)
Uma surpresa:
Lisboa! O castelo de São Jorge, os filmes da galeria do Castelo de São Jorge contando a história de Portugal, falando do Brasil por outra ótica, dos navegadores, dos índios _ primitivos, ingênuos, puros. Poesia, origem, mistura de raças.
E Barcelona? Madrid?
Em Barcelona me senti no Brasil, praia, sol, gaivotas e, claro, Gaudí. Gostei dos museus de Madrid.
Um programa legal:
Comprar vinho, queijos, framboesas na Rue Cler e deitar no gramado em frente a torre Eiffel no fim de tarde, também vale nas margens do Sena. É demais!
Extravagâncias:
Os vinhos Franceses e Italianos, os queijos e os doces franceses, os presuntos e salames italianos, bacalhau português, as ligações diárias pro Brasil e... o que consumiu quase todos os meus euros: as lojinhas dos museus...
Fora da rotina:
Metro, nunca andei tanto de metro. Só em Paris foram 30 passes.
Um aborrecimento:
? Fiz um diário de viagem, anotações, quadros, pintores, rascunhei poemas etc., e... esqueci no balcão da locadora de carro em Milão. Foi uma perda, mas quase tudo pode ser recuperado na lembrança. Ah, os garçons, são grossos demais.
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Uma palavra:
Descoberta
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Uma saudade:
Itália.
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Uma decisão:
Aprender Italiano
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Uma vontade:
Voltar à Itália com meus filhos, conhecermos juntos as outras regiões de carro como fiz dessa vez, sem destino, sem roteiro certo, indo aonde o vento e a vontade nos levar. Mostrar o que me encantou. Deixar que eles me surpreendam com seus olhares poéticos em novas descobertas juntos.