sexta-feira, dezembro 23, 2005
Foram dois gigas no cartão de memória. Duzentas fotos selecionadas, mas as escolhidas para comporem o cabalístico número 36 da exposição estão aqui, junto com algumas palavras sobre a experiência. Para ver a mostra completa clique aqui.
Tudo isso no Arscientia ao lado de excelentes artigos, matérias, contos, poemas etc.
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Esse é o meu presente de natal pra quem aparecer por aqui.
Beijos grandes a todos! E aqueles lances que as pessoas desejam às outras nessa época do ano... acrescidos de um detalhe extra: "........................................................................................"
Exatamente isso, isso que talvez nem você saiba que deseja.
Seja lá o que for: realize-se!
quinta-feira, dezembro 22, 2005
Coleção de Murilo Mendes ganha nova sede
Folha de S. Paulo - 22/12/2005 - por Gustavo Fioratti
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A UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora) abriu ontem para o público o Museu de Arte Moderna Murilo Mendes, em um edifício onde antes funcionava a reitoria da instituição, um conjunto arquitetônico de três andares construído na década de 60. Depois de passar por uma adaptação estrutural que custou cerca de R$ 1,2 milhão -com recursos da própria universidade-, o edifício passa a abrigar uma importante coleção com cerca de 300 obras modernistas reunidas pelo poeta e crítico de arte Murilo Mendes (1901-1975). Além das exposições, o museu abriga laboratórios de restauro e conservação de obras, um auditório e uma grande biblioteca. Nela, há edições raras doadas pelo escritor Pedro Nava.
quarta-feira, dezembro 21, 2005
A hora de um programa sério
Jornal do Brasil - 21/12/2005
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O Município do Rio de Janeiro, e o Brasil, num universo mais amplo, precisa quadruplicar a rede de bibliotecas públicas para se inserir dentro dos parâmetros propostos pelo Manifesto da Unesco. Países como os Estados Unidos, o grande exemplo de política séria de bibliotecas, segundo Ana Ligia de Medeiros, a Inglaterra, que está modernizando suas Librarys e implantando uma nova proposta denominada Idea Store, e os da Escandinávia estão muito à frente nesta área. Chegar no patamar que estão seria quase utópico, mas outros exemplos permitem que a cidade do Rio - e o Brasil, por extensão - possa mudar esse quadro de carências e deficiências. De acordo com informação do site da Associação Brasileira de Editores de Livros, em texto assinado por Wander Soares, três países latino-americanos - México, Venezuela e Colômbia - por exemplo, tiveram sucesso nesse empreendimento. O México implantou 5 mil bibliotecas nos últimos dez anos, enquanto a Venezuela e a Colômbia realizaram feito semelhante e, em certos aspectos de qualidade, até mais audaciosos. Portugal, um país pequeno em termos territoriais, ao entrar para a Comunidade Econômica Européia atentou para a necessidade de modernizar suas bibliotecas existentes, assim como implantar outras em todos os seus municípios.
Casamento
Há mulheres que dizem:
Meu marido, se quiser pescar, pesque,
mas que limpe os peixes.
Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,
ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.
É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,
de vez em quando os cotovelos se esbarram,
ele fala coisas como "este foi difícil"
"prateou no ar dando rabanadas"
e faz o gesto com a mão.
O silêncio de quando nos vimos a primeira vez
atravessa a cozinha como um rio profundo.
Por fim, os peixes na travessa, vamos dormir.
Coisas prateadas espocam:
somos noivo e noiva.
ADÉLIA PRADO
Meu marido, se quiser pescar, pesque,
mas que limpe os peixes.
Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,
ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.
É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,
de vez em quando os cotovelos se esbarram,
ele fala coisas como "este foi difícil"
"prateou no ar dando rabanadas"
e faz o gesto com a mão.
O silêncio de quando nos vimos a primeira vez
atravessa a cozinha como um rio profundo.
Por fim, os peixes na travessa, vamos dormir.
Coisas prateadas espocam:
somos noivo e noiva.
ADÉLIA PRADO
terça-feira, dezembro 20, 2005
sábado, dezembro 17, 2005
sexta-feira, dezembro 16, 2005
Livro por metro
TPM - 16/12/2005 - por Ariane Abdallah
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Que eu saiba, gente normal quer livro para ler. Salvo exceções compreensíveis, como produção de cenários, convenhamos que é bem estranho alguém comprá-los só para fazer volume na estante, ou combinar com o sofá e a mesinha de centro, sem se preocupar com o conteúdo. É estranho, mas mais comum do que imaginamos. A livraria O Belo Artístico, especializada em raridades, faz em média uma venda por semana nesse esquema. E está tão acostumada a isso, que o preço pode ser literalmente calculado pelo comprimento da fileira de livros. Segundo a vendedora Júlia, um metro de romances franceses (o que mais tem na loja) com capa de couro sai por 300 reais e soma cerca de 20 livros. Alguns clientes mais exigentes preferem obras raras ou de arte. Nesses casos, o preço é por unidade. E o valor pode assustar: o dono de um sebo, que não quis se identificar, vendeu cerca de 500 livros por 18 mil reais cash para um decorador.
quinta-feira, dezembro 15, 2005
quarta-feira, dezembro 14, 2005
Encontros no subsolo
Livraria Leonardo da Vinci
Poesia para os momentos de crise é o que a Livraria Leonardo da Vinci oferece na quarta-feira, 14 de dezembro, às 18h30. Pegando emprestado a máxima de Luiz Fernando Verissimo, o terceiro debate da série Encontros no Subsolo terá como tema Poesia numa hora dessas?! – Versos como antídotos contra a crise e a monotonia.
O encontro reunirá os poetas Alexei Bueno e Alberto Pucheu que falarão como a poesia pode agir como um bálsamo na atribulada vida dos leitores. Entre outras obras, Bueno, ganhador do prêmio Jabuti, é autor de A via estreita e A juventude dos deuses. Professor de Teoria Literária da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Pucheu publicou A vida é assim e A fronteira desguarnecida . A mesa terá a mediação de Augusto Sales.
A conversa entre autores e o público, que se pretende lúdica, é o presente de final de ano da Livraria Leonardo da Vinci a seus clientes – no encerramento da série em 2005.
ENTRADA FRANCA
A Livraria Leonardo da Vinci fica na Avenida Rio Branco, 185, subsolo – Ed. Marquês do Herval, no Centro do Rio. Mais informações pelo telefone: (21) 2533-2237 ou pelo e-mail: info@leonardodavinci.com.br.
Poesia para os momentos de crise é o que a Livraria Leonardo da Vinci oferece na quarta-feira, 14 de dezembro, às 18h30. Pegando emprestado a máxima de Luiz Fernando Verissimo, o terceiro debate da série Encontros no Subsolo terá como tema Poesia numa hora dessas?! – Versos como antídotos contra a crise e a monotonia.
O encontro reunirá os poetas Alexei Bueno e Alberto Pucheu que falarão como a poesia pode agir como um bálsamo na atribulada vida dos leitores. Entre outras obras, Bueno, ganhador do prêmio Jabuti, é autor de A via estreita e A juventude dos deuses. Professor de Teoria Literária da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Pucheu publicou A vida é assim e A fronteira desguarnecida . A mesa terá a mediação de Augusto Sales.
A conversa entre autores e o público, que se pretende lúdica, é o presente de final de ano da Livraria Leonardo da Vinci a seus clientes – no encerramento da série em 2005.
ENTRADA FRANCA
A Livraria Leonardo da Vinci fica na Avenida Rio Branco, 185, subsolo – Ed. Marquês do Herval, no Centro do Rio. Mais informações pelo telefone: (21) 2533-2237 ou pelo e-mail: info@leonardodavinci.com.br.
Galáxias
e começo aqui e meço aqui este começo e recomeço e remeço e arremesso
e aqui me meço quando se vive sob a espécie da viagem o que importa
não é a viagem mas o começo da por isso meço por isso começo escrever
mil páginas escrever milumapáginas para acabar com a escritura por isso
recomeço por isso arremeço por isso teço escrever sobre escrever é
o futuro do escrever sobrescrevo sobrescravo em milumanoites miluma-
páginas ou uma página em uma noite que é o mesmo noites e páginas
mesmas ensimesmam onde o fim é o comêço onde escrever sobre o escrever
é não escrever sobre não escrever e por isso começo descomeço pelo
descomêço desconheço e me teço um livro onde tudo seja fortuito e
forçoco um livro onde tudo seja não esteja seja um umbigodomundolivro
um umbigodomundolivro um livro de viagem onde a viagem seja o livro
o ser do livro é a viagem por isso começo pois a viagem é o comêço
e volto e revolto pois na volta recomeço reconheço remeço um livro
é o conteúdo do livro e cada página de um livro é o conteúdo do livro
e cada linha de uma página e cada palavra de uma linha é o conteúdo
da palavra da linha da página do livro um livro ensaia o livro
todo livro é um livro de ensaio de ensaios do livro por isso o fim-
comêço começa e fina recomeça e refina se afina o fim no funil do
comêço afunila e comêço no fuzil do fim no fim do fim recomeça o
recomêço refina o refino do fim e onde fina começa a se apressa e
regressa e retece há milumaestórias na mínima unha de estória por
isso não conto por isso não canto por isso a nãoestória me desconta
ou me descanta o avesso da estória que pode ser escória que pode
ser cárie que pode ser estória tudo depende da hora tudo depende
da glória tudo depende de embora e nada e néris e reles e nemnada
de nada e nures de néris de reles de ralo de raro e nacos de necas
e nanjas de nullus e nures de nenhures e nesgas de nulla res e
nenhumzinho de nemnada nunca pode ser tudo pode ser todo pode ser total
tudossomado todo somassuma de tudo suma somatória do assomo do assombro
e aqui me meço e começo e me projeto eco do começo eco do eco de um
comêço em eco no soco de um comêço em eco no oco eco de um soco...
haroldo de campos
e aqui me meço quando se vive sob a espécie da viagem o que importa
não é a viagem mas o começo da por isso meço por isso começo escrever
mil páginas escrever milumapáginas para acabar com a escritura por isso
recomeço por isso arremeço por isso teço escrever sobre escrever é
o futuro do escrever sobrescrevo sobrescravo em milumanoites miluma-
páginas ou uma página em uma noite que é o mesmo noites e páginas
mesmas ensimesmam onde o fim é o comêço onde escrever sobre o escrever
é não escrever sobre não escrever e por isso começo descomeço pelo
descomêço desconheço e me teço um livro onde tudo seja fortuito e
forçoco um livro onde tudo seja não esteja seja um umbigodomundolivro
um umbigodomundolivro um livro de viagem onde a viagem seja o livro
o ser do livro é a viagem por isso começo pois a viagem é o comêço
e volto e revolto pois na volta recomeço reconheço remeço um livro
é o conteúdo do livro e cada página de um livro é o conteúdo do livro
e cada linha de uma página e cada palavra de uma linha é o conteúdo
da palavra da linha da página do livro um livro ensaia o livro
todo livro é um livro de ensaio de ensaios do livro por isso o fim-
comêço começa e fina recomeça e refina se afina o fim no funil do
comêço afunila e comêço no fuzil do fim no fim do fim recomeça o
recomêço refina o refino do fim e onde fina começa a se apressa e
regressa e retece há milumaestórias na mínima unha de estória por
isso não conto por isso não canto por isso a nãoestória me desconta
ou me descanta o avesso da estória que pode ser escória que pode
ser cárie que pode ser estória tudo depende da hora tudo depende
da glória tudo depende de embora e nada e néris e reles e nemnada
de nada e nures de néris de reles de ralo de raro e nacos de necas
e nanjas de nullus e nures de nenhures e nesgas de nulla res e
nenhumzinho de nemnada nunca pode ser tudo pode ser todo pode ser total
tudossomado todo somassuma de tudo suma somatória do assomo do assombro
e aqui me meço e começo e me projeto eco do começo eco do eco de um
comêço em eco no soco de um comêço em eco no oco eco de um soco...
haroldo de campos
terça-feira, dezembro 13, 2005
domingo, dezembro 04, 2005
Lugares Encantados
A amiga Ronize Aline me convidou para participar do especial Paralelos, o tema: literatura confessional. Ou seja, assumidamente autobiográfico. Que responsa... tô lá, ao lado de feras e amigos. Quer conferir?
sábado, dezembro 03, 2005
sexta-feira, dezembro 02, 2005
Conexões
_Dormiu?
Faço que sim. Será que acredita?
_Dormiu?
Faço que não. Será que percebe?
_Dormiu?
Não faço nada. Os olhos dizem. Será que vê?
_Dormiu?
Faço graça, disfarço. Será?
_Dormiu?
Faço um bocejo. O corpo fala?
_Dormiu?
Faço silêncio.
Digo que sim, mas não. Você roncou ...
_Dormiu?
Faço um sorriso.
Roncou baixinho, depois, forte. Apagou, desligou a chave geral.
_Dormiu?_ Toca o telefone.
Faço sinal com olhos. Atende.
Respirei você entre o primeiro e segundo estágio do sonho acordado.
Desliga. _Dormiu? Não pergunta.
Trimmmmmm
Faço que sim. Será que acredita?
_Dormiu?
Faço que não. Será que percebe?
_Dormiu?
Não faço nada. Os olhos dizem. Será que vê?
_Dormiu?
Faço graça, disfarço. Será?
_Dormiu?
Faço um bocejo. O corpo fala?
_Dormiu?
Faço silêncio.
Digo que sim, mas não. Você roncou ...
_Dormiu?
Faço um sorriso.
Roncou baixinho, depois, forte. Apagou, desligou a chave geral.
_Dormiu?_ Toca o telefone.
Faço sinal com olhos. Atende.
Respirei você entre o primeiro e segundo estágio do sonho acordado.
Desliga. _Dormiu? Não pergunta.
Trimmmmmm