Viajar é descobrir o novo. Novos cheiros, novas visões, sabores novos, brisa em ritmo novo, paisagens, pessoas, sotaques, mapas, culturas, jeitos, trejeitos. É experimentar-se com intensidade de sentidos hoje, agora, já. Prestar atenção aos sons imperceptíveis, ao ritmo das marés, à temperatura do mar que massageia a pele. O depois não existe, o depois não dá tempo.
Elegi alguns lugares como santuários pessoais, no Brasil: Praia do Rosa, Santa Catarina; Morro de São Paulo, Bahia; Caraiva, Bahia; Pipa, Rio Grande do Norte; Canoa Quebrada, Ceará.
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Mas nenhum desses lugares se compara ao encantamento exercido por Jericoacoara.
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Um poema em forma de cidade, construída sob a areia da praia, lagoas de água doce em meio às dunas num azul cristalino, praias desertas, esculturas em pedras talhadas pelo vento, areia branca, milhares de conchas, estrelas do mar ao alcance das mãos em cada mergulho, redes à beira d'água, sem iluminação nas três únicas ruas, bares sob árvores com lamparinas penduradas ao som de Janis Joplin, BB King e cia, roda de capoeira à tardinha na praia, pôr-do-sol visto da duna, peixe, camarão, lagosta, carne de sol, macaxeira, água de coco, caipirinha, marés em movimento formando piscinas naturais. Tudo isso e muito mais não é nada comparado ao astral, alto, altíssimo, para além da lua cheia e do céu absurdamente estrelado que ilumina e fascina quem tem o privilégio de provar Jeri.
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Existe um lugar. O lugar! O meu lugar...